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2006 / NO.1
2006 / NO.1
O Desporto na Prevenção da Gripe

A gripe é uma doença respiratória altamente contagiosa, que se transmite pela saliva pulverizada no meio ambiente. Um indivíduo com uma capacidade física enfraquecida exposta às mudanças de temperatura, torna-se susceptível de contrair a gripe. Não se conhecem medicamentos eficazes contra esta doença, e a prevenção é factor mais importante do que a administração de medicamentos. No tocante à prevenção da gripe, as práticas desportivas bem orientadas podem ter um papel positivo.

I. O desporto reforça a imunidade

O relacionamento entre a imunidade e o desporto tem tido uma crescente consideração nestes últimos anos, sobretudo quanto ao comportamento do desporto em relação às funções imunitárias dos glóbulos brancos, pois que as suas reacções podem causar alterações em parâmetros do sistema imunitário, quantitativas ou ao nível da vivacidade funcional.

Através de estudos científicos, descobriu-se que um exercício desportivo de grande intensidade exerce influências sobre as funções imunitárias do organismo, que são detectadas principalmente pela quantidade de células imunitárias, podendo ainda aumentar temporariamente o número total de glóbulos brancos e dos seus componentes ou subgrupo, que retomam ao seu estado inicial algumas horas após o exercício. Entretanto, tem certo papel promocional para as funções das células imunitárias, nomeadamente os neutrófilos, caracterizados pela vivacidade bacteriolítica reforçada. No entanto, as alterações dos parâmetros imunitários provocados por um exercício desportivo de grande intensidade são apenas temporárias. A capacidade imunitária, aumenta, decresce e regressa ao seu estado inicial. Só na primeira fase é que se produzem os efeitos positivos para o organismo, contribuindo para aniquilar os microorganismos patogénicos. A influência sobre as funções imunitárias resultante do exercício desportivo regular tem por objectivo o reforço da capacidade das células, nomeadamente as células T, células B e células exterminadoras naturais (Natural killer cells), podendo ainda aumentar ligeiramente a quantidade de células imunitárias sanguíneas durante o estado de repouso. Daí digamos que o exercício desportivo regular é benéfico para as funções imunitárias, reforçando-as, tornando-as mais resistentes à doença.

Durante a actividade desportiva a temperatura corporal aumenta, contribuindo para que macrófagos eliminem partículas estranhas ao organismo, impedindo a intrusão do microorganismo patogénico, controlando a sua reprodução no corpo humano, e aumentando a resistência à infecção.

Por outro lado, o exercício desportivo pode também reforçar as funções do sistema neuroendócrino, e contribuir para a segregação de opioid-peptides, produzindo um bem-estar que reduz a ansiedade e o estado nervoso, e aumenta a autoconfiança no combate à doença.

II. Correctas modalidades desportivas e sua intensidade e frequência

Em termos gerais os desportos são aeróbicos. Podemos ter em atenção as condições do local de residência e de trabalho para optarmos pelas modalidades simples e práticas de exercícios tais como o tapete de corrida, bicicleta, natação, alpinismo, ginástica. Há casos em que se é possivel fazer um curto intervalo durante o horário de trabalho para praticar taijiquan, badminton, ténis de mesa, entre outras. Quanto à avaliação da intensidade do exercício, temos dois métodos:

1. Auto-avaliação baseada na sensibilidade pessoal, através da respiração e pulsação acelerada e o ligeiro suor como sinal que se atingiu a média intensidade desportiva pessoal;

2. Avaliação baseada no ritmo cardíaco. A média intensidade desportiva pessoal pode ser calculada pela seguinte fórmula: (220 - idade)¡Ñ (0,6 ~ 0,8), como por exemplo, uma pessoa com 40 anos de idade e de boa saúde, a intensidade média ideal, aplica-se o seguinte calculo: (220 - 40) ¡Ñ (0,6 ~ 0,8) = 108 ~ 144 (batimento/minuto). Aconselha-se neste caso, que mantenha a pulsação entre 108 ~ 144 batimento/minuto do seu desporto favorito cuja duração deverá rondar entre 20 a 40 minutos. Os exercícios devem ser praticados três a quatro vezes por semana para reforçar a saúde de forma conveniente e a imunidade do nosso organismo.

III. Algumas considerações para a prática desportiva

a) O exercício ao ar livre deve efectuar-se em campo aberto e com boa ventilação, e se o praticar no interior da casa, o recinto deve estar bem ventilado e os aparelhos de treino devem estar devidamente esterilizados.
b) A carga do desporto não deve ser muito grande ou excessiva, pois um exercício violento poderá diminuir a capacidade imunitária. Para os não profissionais, os exercícios de baixa a média intensidade, praticados de forma regular, e contínua no tempo, são mais eficazes do que os exercícios de grande intensidade executados de quando em quando.
c) O exercício de fraca intensidade pode ser efectuado antes da refeição e antes de se deitar, enquanto que o inverso não deverá ser praticado com o estômago vazio ou antes de se deitar.
d) A intensidade deve reajustar-se de acordo com o ciclo de treino desportivo.
e) A avaliação da intensidade baseada na pulsação não é conveniente para as pessoas que tomam antirítmicos, que usam pacemaker cardíaco ou que sofram de doença da glândula tiróide.
f) Convém consultar o médico para fazer um plano de treino que lhes seja mais conveniente.