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Em situações de emergência não devemos entrar em pânico: damos as mãos quando atravessamos momentos difíceis

No início de Setembro passado, a equipa feminina de andebol de Macau, após realizar a última competição nos Jogos Municipais Chineses de 2011 na cidade de Nanchang, esteve envolvida num acidente de trânsito no regresso ao hotel. No incidente, as atletas estudantes permaneceram calmas, ajudando-se mutuamente nesse momento particularmente difícil. Cinco meses depois do incidente, o treinador principal Sr. Sou Pui Kei continua a elogiar a calma das suas jogadoras, dizendo que elas demonstraram de modo exemplar o seu espírito de equipa. Também está convencido de que a equipa se tornou genuinamente mais madura após o acidente.

O acidente ocorreu nos Jogos Municipais Chineses
O Sr. Sou relembra que o ambiente estava estranhamente sossegado dentro do autocarro antes do acidente e pressentiu que algo de mau estava para acontecer quando o autocarro acelerou de repente. “Depois o autocarro começou às voltas. Tínhamos dificuldade em ficar sentados, mas os membros da equipa agarraram-se uns aos outros com uma mão para não sermos atirados para fora do autocarro”. No acidente, 13 jogadoras da equipa, treinadores e um voluntário local, ficaram feridos e foram assistidos no hospital local. A atleta Chao Sio Teng sofreu ferimentos relativamente graves e teve de ficar hospitalizada, enquanto todos os outros elementos sofreram apenas ferimentos ligeiros. Mas às vezes há males que vêm por bem: o Sr. Sou ficou extremamente surpreendido pelo facto da equipa se ter mantido excepcionalmente calma durante o acidente, e disse: “Nenhuma delas chorou. A sua única preocupação era a segurança de todos”.

As atletas determinadas ficam mais fortes
Ao passar por uma experiência de vida ou morte, as suas amizades tornaram-se mais profundas e mais fortes e elas também começaram a pensar de forma mais madura. O treinador Sr. Sou refere: “Elas costumavam gozar umas com as outras e era fácil perceber a sua imaturidade. Desde que regressaram a Macau, de Nanchang, as atletas cresceram muito. O incidente intensificou o seu entusiasmo pelo andebol e permitiu-lhes compreender que esta actividade desportiva realmente fortalece as pessoas e ajuda a desenvolver uma maior determinação. E esta determinação tornou-se assim o alvo que procuram alcançar”.

Sou Pui Kei: Solidariedade
Este ano, a equipa enfrentará novos desafios: além do Campeonato de Andebol Interport Macau e Hong Kong, a equipa está a programar treinar fora de Macau e participar na competição de andebol em escalões mais velhos em Taiwan. O treinador Sou Pui Kei tem esperança de que as atletas possam trabalhar arduamente para unir os seus esforços e dar um bom exemplo aos atletas mais jovens. Acredita também que o andebol ainda não ganhou suficiente popularidade em Macau, e portanto, o número de participantes no andebol feminino é limitado. Isso deve-se principalmente a mal-entendidos em algumas escolas. Ele explica: “Muitas escolas pensam que precisam de um relvado para criar uma equipa de andebol na escola, e por isso, o seu apoio à actividade é limitado. Outros, inclusivamente pensam que o andebol envolve muitos choques: de facto, todas as actividades desportivas envolvem contacto físico, portanto o andebol deve ser visto numa perspectiva correcta”.

Chao Sio Teng: Apreciar mais aquilo que temos
A atleta Chao Sio Teng estava sentada na última fila do autocarro quando o acidente ocorreu e ficou gravemente ferida. Foi projectada para fora do autocarro, sofrendo fracturas nas vértebras I a IV da coluna lombar e depois de voltar a Macau, ainda ficou hospitalizada durante quase dois meses. Neste momento já recuperou quase totalmente e já não necessita de qualquer fisioterapia. Fez parte da equipa apenas por um ano e agora ela valoriza mais do que nunca, os momentos felizes de partilha com os outros membros da equipa durante os treinos e as competições.

Hospitalizada durante quase dois meses
No dia seguinte ao do acidente, toda a equipa voltou a Macau, com a excepção da atleta Chao e do treinador principal Sr. Sou. Ela teve de ser hospitalizada em Nanchang e o treinador Sr. Sou esteve sempre ao seu lado. O Instituto do Desporto da RAEM providenciou uma unidade médica e possibilitou que os pais pudessem ir visitá-la e prestar assistência. A atleta Chao relembra: “Eu sabia que os meus familiares estavam muito preocupados comigo e que ficaram muito aliviados quando puderam ver-me no hospital. Fiquei muito emocionada quando eles me visitaram em Nanchang”. Ao regressar a Macau, Chao foi hospitalizada durante dois meses. Os membros da equipa visitaram-na para compreender a sua situação, e encorajaram-na, ficando a atleta especialmente grata pela bondade da sua equipa. Depois de um tratamento prolongado, ficou quase totalmente recuperada.

Durante a estadia no hospital, a atleta Chao disse que durante todo esse tempo sentiu falta do andebol e queria desesperadamente participar com as companheiras de equipa nas competições logo que saiu do hospital. Mas, ao acabar a fisioterapia, tanto o médico como os familiares aconselharam-na a não efectuar nenhum exercício físico extremo que pudesse trazer de volta as suas lesões. Com o tempo, a atitude da família suavizou-se: “No início, a minha família opôs-se muito a que eu jogasse andebol novamente, mas depois viram como eu estava deprimida em casa. Então, tomaram a iniciativa de me pedir para retomar a prática desportiva. Pessoalmente, não estou preocupada mas evitarei desencadear as velhas lesões. Vou competir apenas quando necessário nos jogos inter-escolas”.

Esperança de lutar lado a lado
No início, Chao não tinha interesse no desporto, mas foi talhada para jogar andebol. Foi o sentido de satisfação ao alcançar alto rendimento que instigou nela o amor pelo jogo. Ela diz sorridente: “Nunca participei em desportos no passado e nunca pensei que conseguiria fazer alguma coisa no andebol. Espero poder lutar lado a lado com as minhas companheiras no futuro”. Ela explica que desde o acidente as colegas de equipa tornaram-se mais activas durante os treinos, referindo: “Antes, ninguém treinava, a menos que houvesse competições, mas agora a situação é diferente, todas trabalhamos duramente e insistimos em treinar para alcançar melhores resultados”.

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